O ex-aluno do IFMT-Campus Cuiabá (antiga Escola Técnica Federal de Mato Grosso), da turma de Eletrônica de 1985 a 1988, Glauber Miranda, Engenheiro Eletricista e servidor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em Cuiabá (MT), é atualmente integrante desde 2014 da equipe que projeta o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) na França. O lançamento do satélite será amanhã, dia 22 de março, na Guiana Francesa. No link https://ariane.cnes.fr/fr/live é possível acompanhar o lançamento ao vivo, entre às 16h30 às 19h20 (horário de Cuiabá-MT). A escolha do local do lançamento, segundo o ex-aluno do IFMT, é por conta da proximidade com a linha do Equador, onde há maior economia de combustível do satélite.
Segundo o ex-aluno, o objetivo inicial do satélite SGDC é atender a demanda de banda larga (internet) em regiões remotas ou não do território brasileiro, bem como possibilitar comunicação segura ao Ministério da Defesa (Marinha, Aeronáutica e Exército) e futuros programas espaciais brasileiros.
O SGDC foi fabricado pela Thales Alenia Space em Cannes, na França, utilizando a plataforma Spacebus 4000C4. Glauber Miranda explica que junto com a fabricação foi adquirido também um programa de transferência de tecnologia (TAP), dá qual ele faz parte junto com mais outros 30 brasileiros do INPE, da Telebrás, da Visona e do Ministério da Defesa.
Leia Mais: Satélite Geoestacionário será lançado ao espaço nesta quarta-feira (22)
Janela de oportunidades se abre para o Brasil com operação do Satélite Geoestacionário
Conforme notícia publicada no dia 16 de março de 2017, no site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, (MCTIC) o SGDC deve contribuir para o desenvolvimento de diversas frentes tecnológicas, como agricultura de precisão, cidades inteligentes, educação pública, gestão hospitalar, industrialização do interior, infraestrutura de mineração, monitoramento e previsão de desastres naturais, plataformas petrolíferas, segurança rodoviária, sistema bancário e serviços de cidadania, como a emissão de passaportes e a previdência social.
A notícia do site do MCTIC destaca ainda que a partir da participação de brasileiros na construção e montagem do SGDC, o país começa a se preparar para o desenvolvimento de um satélite desse porte.
O ex-aluno da antiga escola técnica conta que o professor que marcou a sua história como aluno foi o professor de Eletrônica do IFMT-Campus Cuiabá e servidor do INPE, Luiz Carlos Nascimento, e que por conta dele se inspirou a querer trabalhar no INPE.
“Tudo o que me tornei hoje devo a ETF-MT, pela qual serei eternamente grato. O curso técnico na ETF-MT concomitante ao segundo grau reafirmou minha vocação com a área de eletrônica e mostrou que esse era o caminho que eu deveria seguir para a universidade. Além disso, foi trabalhando como técnico que eu consegui permanecer os longos anos no curso de Engenharia Elétrica na UFMT, cujas aulas eram na sua maioria durante o dia, o que seria impossível de conciliar com um trabalho comum”, disse o ex-aluno, Glauber Miranda.
Ao ser questionado sobre o que as aulas de eletrônica lhe trouxeram de aprendizado que até hoje utiliza no seu dia a dia, ele respondeu que tornar-se um profissional técnico muito jovem teve muitos desafios, mas também inúmeras vantagens.
“Aprendemos cedo o senso de responsabilidade, trabalhar em equipe, permanecer em constante atualização, etc... Mas acho que a maior vantagem de meu curso técnico foi a de proporcionar conhecimento básico para entender com mais facilidades as áreas mais complexas durante o curso de engenharia. Além disso, o aprendizado desse período me proporcionou habilidades técnicas manuais e investigativas na solução de problemas do dia a dia que não se vê facilmente em profissionais que emigraram diretamente de um curso superior”, explicou o ex-aluno.
Sobre que tipo de conselho daria para os jovens estudantes do IFMT, visto que está na França participando de um projeto dessa dimensão, ele respondeu que de um modo geral diria para os jovens que iniciam hoje na área tecnológica que eles devem estar sempre se atualizando, pois a área de tecnologia está em constante transformação, e assim estar preparado para aproveitar as oportunidades quando elas surgirem.
De um modo mais específico, Glauber Miranda finalizou dizendo que é necessário estar consciente que eles devem dominar a língua inglesa e ter habilidades em programação. Essas são habilidades primordiais para quem quer continuar na área tecnológica de engenharia.
Ascom/Reitoria/IFMT - Juliana Michaela com informações do site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações