Designada pela Portaria 2.172/2020, uma comissão formada pelos servidores Alexandre Canto Melo, Sandrine Robadey Huback, Waldinéia Lemes da Cruz Alves e Willian Silva de Paula trabalhou, durante quatro meses, na elaboração da Cartilha Orientativa sobre o Uso de Linguagem Simples (LS) no Contexto do IFMT.
A Cartilha foi criada para orientar o servidor na hora de elaborar seus textos e traz informações sobre o que é LS (também conhecida como linguagem clara e linguagem cidadã) e dicas de como escrever de modo mais objetivo e assertivo no contexto institucional. A diagramação do material ficou a cargo da programadora visual Janaina Ferri Candéa.
“Produzir uma comunicação eficiente é um desafio: diante das normas que regem a norma culta e a redação oficial, ficamos perdidos no meio de palavras complicadas, jargões e frases complexas. O problema, na verdade, não são as normas, mas o ‘burocratês’, que se tornou a linguagem típica do setor público, como se falar difícil significasse ‘falar bonito, certo e formal’, observa Sandrine, presidente da comissão.
Um dos principais referenciais utilizados pela comissão foram os estudos de Heloísa Fischer, jornalista e especialista em plain language (linguagem clara). Em sua monografia de pós-graduação, realizada na PUC-Rio, Fischer aborda a conceituação de LS, contextualizando a necessidade do uso de uma linguagem mais compreensível por parte de empresas e órgãos públicos.
No Brasil, a linguagem clara tem sido amplamente divulgada pelo Governo do Estado do Ceará e pela Prefeitura de São Paulo, com destaque para a criação da Lei Municipal 17.316/2020, que instituiu a Política Municipal de Linguagem Simples nos órgãos da administração direta e indireta de São Paulo.
“Esse trabalho de sensibilização e implementação de novas práticas leva tempo, já que é um processo de desconstrução. As pessoas apresentam certa resistência para usar uma linguagem mais simples e fácil em seus textos, pois acreditam que isso seria uma espécie de desvalorização da linguagem e dos documentos, uma comunicação informal e inadequada para o contexto de empresas e órgãos públicos. Então precisamos rever conceitos e, aos poucos, utilizar um novo modo de escrita”, sugere Sandrine.
Como a LS ainda é uma ideia relativamente nova no Brasil, os membros da comissão estão articulando ações para o futuro, como a realização de palestras, lives e minicursos para os servidores do IFMT.
Leia a Cartilha no anexo abaixo.