Seja realizando palestras, seja expondo projetos de pesquisa e inovação, professores e alunos do IFMT estão participando da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que está sendo realizada até a sexta-feira (19), na Arena Pantanal em Cuiabá. O tema da edição deste ano é “Ciência para a redução das desigualdades”.
Na quarta-feira (17), a migração e o pensamento social brasileiro foram o tema da palestra da pesquisadora do Núcleo Maria Dimpina (NUMDI), que promove estudos afro-brasileiros, indígenas e de fronteira, Maristela Guimarães.
“Considerando o aspecto das desigualdades a tecnologia é uma ferramenta importantíssima de combate às desigualdades por visibilizar o racismo, o comportamento do brasileiro e são conteúdos que podem ser usados em sala de aula para apresentar o perfil do brasileiro, a história do país, o que nos formou nesse contexto histórico, o debate sobre o racismo… Quando se pensa em ciência e tecnologia estamos pensando em uma educação voltada para o uso da internet, das tecnologias de informação e comunicação em sala de aula de modo que os comportamentos possam ser objeto de reflexão. E cabe aos professores promover essa discussão com os estudantes”, defendeu a pesquisadora.
Para Cléber Santos, aluno de Ciência da Computação, do IFMT, pensar sobre as diferenças entre o tratamento dado ao migrante negro e ao branco é pertinente e oportuno para auxiliar a promover uma mudança de comportamento social.
“É um assunto ignorado pela população. Ainda temos dificuldade de admitir que somos um povo racista, preconceituoso. E a professora expôs muito bem o comportamento racista nas redes sociais, em um ambiente onde as pessoas se sentem protegidas e mais à vontade para dizer o que realmente pensam. A mudança da mentalidade vem através da educação. Então o papel de trazer a tona esse comportamento ajuda a mudar a mentalidade, mesmo que de forma inicial. Outras formas seriam políticas públicas sociais e a luta da sociedade civil para que a educação promova a inclusão das minorias discriminadas no país”, refletiu o estudante.
Projetos de inovação – Pedro Lucas Siqueira, 16 anos, e Maria Caroline Leite, 15 anos, alunos do curso de Logística de Primavera do Leste, expuseram dois projetos sobre a inovação no meio científico em duas vertentes diferentes: uma mais ampla e outra focada no WorkIF. A primeira, “Inovar para competir: um estudo bibliométrico no Spell e Scielo acerca de indicadores de inovação” abordou os artigos que estão sendo produzidos em periódicos e revistas em todo o país.
“Pesquisamos como a inovação está sendo trabalhada, onde está sendo desenvolvida, quais as áreas mais frequentes, para saber como vem sendo feita em nossa região e no país. A inovação tem sido um diferencial competitivo tanto para as instituições e seus projetos científicos como para outros setores da sociedade. Nas bases de dados pesquisadas identificamos poucas ocorrências em inovação na nossa região. O predomínio é para universidades do Sudeste. Só São Paulo reúne mais de 36% da frequência dos artigos”, explicou Pedro Lucas.
A segunda, “Um estudo bibliométrico nos anais do WorkIF”, o principal evento científico do IFMT, reuniu 90 resumos das edições de 2010, 2014 e 2016. “Poucos resumos, mesmo tratando do tema, utilizavam a palavra inovação", revelou a estudante Maria Caroline.
“E essa associação é necessária porque o conceito é importante, é preciso falar sobre o tema para abrir portas em grupos de pesquisas, em projetos, em editais de captação de financiamento. Esse é um desafio para nossa instituição”, completou o professor Diogo Barbosa Leite.
Na área de robótica, os estudantes de Eletromecânica, Guilherme Acácio Correia, 16 anos, e Gabriel Espíndula, 17 anos, apresentaram o projeto "Clube de Robótica do Campus Primavera do Leste", na plataforma arduíno. “A partir dessa plataforma é possível simular como é o desenvolvimento do setor de automação industrial, para começar a ingressar no mundo da Robótica na escola”, detalhou Guilherme.
A participação em projetos e eventos científicos, lembrou o professor Leite, faz com que os alunos possam integrar ensino, pesquisa e extensão. “É uma oportunidade de aplicar conteúdos teóricos vistos em sala, é uma forma de praticar tudo o que eles aprenderam”.